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(500) days of summer


Estamos apaixonados por alguém, alguém que pensamos ser a pessoa dos nossos sonhos, e quando tudo parece correr da melhor forma, de repente, apercebemo-nos que o que sentimos não é correspondido. Falo por experiência própria? Já todos passamos por algo semelhante? Deixo ao vosso critério! Acima de tudo é um dos momentos mais complicados durante a vida...seja de quem for.
É precisamente este o cenário proposto por Marc Webb no filme "(500) Days of Summer," através de uma estória simultaneamente vibrante e sofrida sobre Tom Hansen e Summer Finn. Tom é um romântico que acredita ter encontrado a rapariga dos seus sonhos, enquanto Summer é mais cínica e pragmática relativamente aos seus sentimentos e relações, não procurando compromissos, preferindo simplesmente "viver o momento".

O filme utiliza a inteligente premissa de não seguir cronologicamente os dias da relação entre Tom e Summer. As diferentes cenas são precedidas de um número representativo do respectivo dia da relação e, à medida que vamos saltando descompassadamente entre várias fases da relação, encontramos diferentes instantes que nos indicam o final da relação, os contrastes entre os primeiros e os últimos dias, os momentos de paixão, os momentos de disputa....enfim, toda a relação vista de uma óptica "não cronológica" que atribui frescura, originalidade e também humor num género algo desgastado.

Outros detalhes acrescentam qualidade a este filme. Como quando Tom se apercebe que poderá estar a perder Summer, ele imagina-se e projecta-se em vários filmes clássicos do cinema europeu como, por exemplo, "The Seventh Seal". Em contraste, quando se sente plenamente feliz, Tom percorre uma rua e dança como estivesse num alegre musical. Ou também, na cena em que Tom se dirige à festa de aniversário de Summer, o ecrã a partir de um determinado momento divide-se em dois: de um lado temos a "expectativa" e, do outro lado, a "realidade". Quando depois sobrepomos a sua romântica esperança com a dura e crua verdade, o resultado é emocionantemente realista. Interessante também podermos perceber porque razão Tom acredita que todos nós (incluindo ele próprio) estamos destinados a conhecer a "tal" pessoa, sendo esse motivo, muito provavelmente, uma simples mas literal interpretação de um filme, ou música.

Relativamente aos desempenhos de Zooey Deschanel e Joseph Gordon-Levitt, o que se pode dizer é que de facto "funcionam". Ambos conseguem criar personagens criveis e realistas, tanto individualmente como casal, e talvez o facto de nenhum dos actores ser propriamente muito conhecido tenha contribuído nesse sentido. Gordon-Levitt, apesar de representar uma personagem muitas vezes "ferida", consegue-o fazer sempre com algum humor sem descurar o realismo e Deschanel, com a sua beleza, presença e carisma consegue criar uma Summer que, com certeza, seria a mulher dos sonhos de muitos jovens adultos.


Embora o filme na sua generalidade se apresente num tom leve, não deixa de nos demonstrar que Tom aprende uma dura lição. Impelido pela sua eterna esperança, não percebeu ou não quis perceber os sinais que Summer constantemente lhe dava.
O filme deveria ter acabado antes da cena final? Talvez. Provavelmente foi apenas uma cena que tentou imputar ao filme uma nota final mais positiva. Ou será que esta cena pretende conferir ambiguidade, deixando que cada um de nós interprete esse mesmo final? Da mesma forma que Tom criou expectativas com base em sonhos cinematograficamente e musicalmente induzidos e depois foi "esmagado" pela realidade, talvez também a nós nos seja dada essa oportunidade de "escolhermos" no que acreditamos: prosseguirmos como eternos românticos até sofrermos uma enorme desilusão, ou optarmos por uma via mais cautelosa e pragmática?
Deixo ao vosso critério!

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midlake - young bride



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why are your shoulders like that?
ff a tired old woman
like a tired old woman