shutter island

Em termos de narrativa, não vou entrar em detalhes. Está recheada de potencial dramático, cuja intensidade varia, arrebatando-nos numa montanha russa de emoções. Momentos de curta, mas intensa tensão, contrastam com cenas mais prolongadas, de explanação, normalmente associadas aos flashbacks/memórias. Resumidamente, estamos perante uma busca, não só por parte da personagem de Teddy, mas também do espectador, e à medida que os mistérios se vão adensando, também nós cada vez mais estamos absorvidos nessa arrepiante teia.

De referir também que Leonardo di Caprio, em mais uma prova do seu valor, está rodeado por um brilhante elenco. Mark Ruffalo tem um dos seus melhores desempenhos da carreira como Chuck, o calmo e intrigante colega do mais emotivo Teddy. Max von Sydow e Ben Kingsley estão perfeitos como os misteriosos médicos responsáveis pelo Hospital Psiquiátrico, quase nos lembrando de um certo Dr Frankstein e o seu castelo... Apenas Michelle Williams talvez nos pudesse ter oferecido um desempenho mais intimo, intenso, mas a "sua" Dolores não deixa de ser eficaz.
Subsiste muito mais para dizer e reflectir sobre Shutter Island, mas termino desta simples forma: uma misteriosa narrativa inserida numa sombria atmosfera, justaposta a cenários repletos de opulência e detalhes e a uma direcção excelente de Scorcese, não permitem que ninguém fique indiferente perante cinematografia desta qualidade. Imperdível.