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the road not taken

Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;

Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,

And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.

I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I—
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.


Robert Frost
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shutter island

É impossível ficar alheio à força dramática da cena inicial de "Shutter Island": um ferry lentamente emerge de um denso nevoeiro, levando Teddy Daniels (Leonardo di Caprio) e Chuck (Mark Rufallo) em direcção aos imponentes portões de acesso do Hospital Psiquiátrico...Este é apenas o início desta obra de Martin Scorsese que, primorosamente, nos oferece drama, mistério, por vezes arrepios. Ou seja, o pretendido, mas muitas vezes não conseguido, neste género de cinema.

Em termos de narrativa, não vou entrar em detalhes. Está recheada de potencial dramático, cuja intensidade varia, arrebatando-nos numa montanha russa de emoções. Momentos de curta, mas intensa tensão, contrastam com cenas mais prolongadas, de explanação, normalmente associadas aos flashbacks/memórias. Resumidamente, estamos perante uma busca, não só por parte da personagem de Teddy, mas também do espectador, e à medida que os mistérios se vão adensando, também nós cada vez mais estamos absorvidos nessa arrepiante teia.

Destaco diversas cenas cinematograficamente fantásticas, como quando os dois detectives estão a procurar pistas sobre o misterioso desaparecimento de uma paciente, de forma a se protegerem de uma intensa tempestade, se refugiam numa cripta; a marcante cena onde Teddy abraça a sua esposa, Dolores (Michelle Williams), sobre uma chuva de cinzas, formalizando uma imagem simultaneamente bela e aterradora; o massacre em Dachau, uma cena quase surrealista, visualmente brilhante ao colocar-nos no ponto de vista dos soldados alemães; a subida das escadas em espiral, no interior do farol, metaforicamente arrasta-nos num envolvente escalar de tensão, onde todos ansiamos (tememos?) pelo clímax, a suprema revelação.

De referir também que Leonardo di Caprio, em mais uma prova do seu valor, está rodeado por um brilhante elenco. Mark Ruffalo tem um dos seus melhores desempenhos da carreira como Chuck, o calmo e intrigante colega do mais emotivo Teddy. Max von Sydow e Ben Kingsley estão perfeitos como os misteriosos médicos responsáveis pelo Hospital Psiquiátrico, quase nos lembrando de um certo Dr Frankstein e o seu castelo... Apenas Michelle Williams talvez nos pudesse ter oferecido um desempenho mais intimo, intenso, mas a "sua" Dolores não deixa de ser eficaz.

Subsiste muito mais para dizer e reflectir sobre Shutter Island, mas termino desta simples forma: uma misteriosa narrativa inserida numa sombria atmosfera, justaposta a cenários repletos de opulência e detalhes e a uma direcção excelente de Scorcese, não permitem que ninguém fique indiferente perante cinematografia desta qualidade. Imperdível.

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minding the gap

A música do momento? Nada disso. Simplesmente um "som/mensagem" que não consigo tirar da cabeça...

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amour imagination rêve

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the happy ending is you

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death is the road to awe



together
we will live forever
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black swan

Nina, uma bailarina Nova-Iorquina compete com uma sua rival que, afinal, pode ou não ser uma versão de si própria.

É esta a simples premissa do novo filme de Darren Aronofsky, Black Swan, autor de filmes como Requiem for a Dream, The Fountain ou mais recentemente The Wrestler, cuja estreia está prevista para o final deste mesmo ano, e que conta nos principais papeis com Natalie Portman e Mila Kunis.


Inserida numa das maiores companhias de ballet de Nova Iorque, Nina (Natalie Portman) destaca-se não só pelo seu talento, mas também devido à sua doçura e inocência, num meio profissional agressivo, de constantes traições e falsidade.
Quanto Beth, uma das suas poucas amigas, decide terminar a sua carreira, tudo aponta para que seja Nina a sua substituta no próximo grande ballet: O Lago dos Cisnes.

O papel principal é o de Odette, a Raínha dos Cisnes. Não é um papel fácil, acima de tudo porque implica a representação de duas vertentes, praticamente duas personagens: o Cisne Branco e o Cisne Negro. Sendo um desafio imenso, estará Nina pronta? Relativamente ao Cisne Branco, sim, mas será que consegue exprimir o lado mais escuro do Cisne Negro?

Perseguida pelas dúvidas das bailarinas concorrentes e do próprio director, Nina começa desesperadamente a procurar o seu "lado negro" e, à medida que vai aprofundando essa sua procura, apercebe-se da presença de uma nova bailarina na companhia. Uma jovem bastante parecida consigo, embora diferente. Sempre que Nina se tenta aproximar, a rapariga esconde a sua face e acaba por se afastar. Até um dia em que, finalmente, Nina enfrenta essa misteriosa bailarina. O seu nome é Lilly (Mila Kunis) e, embora as semelhanças físicas sejam evidentes, definitivamente existem contrastes.

Enquanto Nina calcula cuidadosamente cada movimento seu, Lilly é o oposto: impulsiva e emotiva. Tudo lhe flui naturalmente, sem esforço. As duas bailarinas começam a formar uma relação de amizade, da qual Nina se tenta afastar, pois embora sinta uma estranha atracção por Lylla, sente simultaneamente medo devido à ambiguidade dos fortes contrastes e inexplicáveis semelhanças.


À medida que se vai aproximando da produção, o mundo de Nina começa a desmoronar-se enquanto que Lylla continua a sua ascenção na companhia de ballet. O descontrole culmina um dia em que, após uma noite de excessos para ambas, Nina chega atrasada aos ensaios para ser surpreendida ao observar Lylla no seu lugar. Será que foi tudo um plano de Lylla para roubar o seu papel principal como Rainha dos Cisnes? Ou será tudo isto imaginação de Nina, fruto do exaustivo processo da procura do seu lado negro?

É esta a derradeira questão cuja reposta teremos ansiosamente de aguardar, acreditando, mais uma vez, que Darren Aronofsky nos vai presentear com um filme recheado de beleza e originalidade.